quinta-feira, 13 de dezembro de 2007

vestido-enxaqueca: a história que esqueceram de contar



O CÉU
É dada a largada. Aliança na mão direita, data marcada e.... pronto(!): de imediato, o clássico vestido branco torna-se um dos itens mais idealizados pelas noivas. E é justamente a partir daí que começa a frenética e desenfreada busca pelo vestido “mais-que-perfeito”, aquele que, num passe de mágica, irá “modelar” nosso corpo delgado, comprimindo o que deve ser comprimido, disfarçando o que pode ser disfarçado, alongando o que precisa ser alongado e levantando o que tem que ser levantado (peito pra cima, bumbum empinado e barriga pra dentro!).

O INFERNO
Pena que também é a partir daí que descobrimos que o tal ‘passe de mágica’ só existiu nas historinhas infantis que a tia lia no jardim de infância e que o corpinho aos vinte e muitos já não é mais tão delgado como fora aos 15. ‘Pôxa’ vida... Esqueceram de nos contar o lado B da história.... (In)felizmente, esses “poréns”, “contudos” e “todavias” não estavam no script dos filmes de princesa que passavam na sessão da tarde, nem nas páginas dos livrinhos de conto de fadas da coleção Vagalume. Definitivamente, achar o vestido de casamento ideal não é uma tarefa fácil!

O PURGATÓRIO
Confesso que já temia que meu metro e meio (na verdade, um pouquinho mais que isso...) se sentisse “perdido” em meio à vastidão de tecido branco. Sempre me perguntava se não seria muito pano pra pouca gente, mas, nem de longe, imaginava que, ao provar o primeiro vestido de noiva, me sentiria uma autêntica baiana de escola de samba. Coberta de brilho (pedrinhas, canutilhos, cristais ou qualquer outra coisa do gênero “reluzente” cujos nomes faço questão de desconhecer) e “envolvida” por num sei quantas camadas de anágua, ao ficar cara a cara com o espelho, constatei que estava impecavelmente vestida para desfilar na Marquês de Sapucaí, pronta para balançar o saco de confete e serpentina.

PAUSE ---- Valha... Não foi isso que eu sonhei.. Era pra eu ter me sentido A NOIVA, linda, poderosa, pronta pra arrasar.... ----

O PARAÍSO PERDIDO
Mal sabia eu que a minha dor de cabeça estava apenas começando. Tira vestido, bota vestido e... nada! Gorda, sufocada e espremida nuns vestidos tamanho Sandy (nenhum fechava!), me senti um verdadeiro bolo de princesa. Pedi tanto um vestido “clean” (corte reto, leve ‘evasê’, renda, cetim e mangas...), mas tive que me (des)contentar com os brilhosos tomara-que-caia, o queridinho de nove entre dez noivas (e exatamente o que eu não queria!). Num mesmo dia visitei duas das mais renomadas maisons de Fortaleza e, juro (sem um “triz” de exagero), que pensei, seriamente, em desistir de casar DE VÉU E GRINALDA.....


Abaixo os contos de fata!!!!!!!!!!



MORAL DA HISTÓRIA
O Brasil é mesmo o País do Carnaval.
No Ceará só tem sílfides (elas se escondem o ano todo e só aparecem nas maisons).
Noiva gorda não aluga vestido.
Chique é ser igual, o resto é cafonice.
Quem não tem dinheiro, casa de tomara-que-caia.
Quem não quer casar de tomara-que-caia, que faça primeiro aluguel ou se contente com as “mangas adaptáveis”.
O objeto que mais se parece com vestido de noiva é a árvore de Natal.
Por incrível que pareça, as anáguas não estão fora de moda.
Eu sou muito “cri-cri”.O problema é meu... o problema sou eu...! (?).
Rsrsrsrs!!!

3 comentários:

barbra brusk disse...

meu amor, o problema não é seu.
parece que eu tava me vendo.

e outra coisa: tô quase fazendo xixi de tanto rir.

Aninha disse...

Ahhhhhhhhhh...amei...amei...amei! Me sinto exatamente igual!! Acho que vou postar esses seus comentários no meu blog..posso? rs

Ana Brêtas disse...

O post não é novo, mas é sensacional!
Muito bem escrito e relata exatamente o que uma noiva sente!
Ufa! Que alívio descobrir outras noivas que assumem a triste realidade desse momento, enquanto a maioria só diz "É tão especial esse momento! Me diverti muito e foi super fácil!"...rsrsrs
Obrigada e parabéns!